206- Lembranças
Os ramos sem folhas da minha figueira
lembram-me os doces frutos que comi no verão .
Mas é apenas uma lembrança.
Caminhando sem destino pelos campos
lembro-me da minha infância na nossa horta .
Mas falta-me a forte companhia do meu pai.
Às vezes sonho ainda com a minha escola primária .
Aprendi muito com o velho professor.
Ele não me batia porque eu era pequenino.
Quando me casei era muito desempenado
por isso desposei uma deusa .
Mas nunca cheguei até ao céu.
Do que mais me censuro
é de ter perdido pelo caminho muitos amigos.
Encontro-os na minha lembrança.
Geraldes de Carvalho
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