sexta-feira, 16 de maio de 2014



 Vem, ó vem .

Vem, vem, vem
minha senhora poesia.
Vem
estou aqui
nu
pronto para te receber
e celebrar contigo
os secretos mistérios
da desencarnação.
Vem, vem
minha querida
ninguém perturbará
os sonhos
que são nossos
e temos de sonhar.
Vem vem
dormir
nos meus braços
ouvir o doce acalanto
que desde o princípio do tempo
te estou a sussurrar,
no vento.
Vem, vem, vem
meu amor
meu coração te espera
com doces palpitações
que se ouvem
em todo o universo,
cá perto
lá longe.
Quero sentir-te
aqui
junto do peito
aninhada
como se fosses
a lobazinha
que é minha
porque me está destinada.
Vem e toma-me
sou teu
já não sou meu
já não sou eu.

Geraldes de Carvalho

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